Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2019

UMA CASA CHAMADA SELF

Imagem
Capítulo II "Os Princípios da Victória Rubane" Quê? Paulo Furai? Não amiga, esse aí não vale a pena! Faz o curso de Filosofia e por cima é bolseiro. Se pelo menos estivesse a cursar Engenharia, Medicina ou Direito, talvez valeria a pena. Agora Filosofia, já é demais, nem sequer tem emprego. – Disse a Neli desdenhando depois da Victória tê-la perguntado sobre o rapaz estranho que não se desgrudava dela na última festa. Aí amiga, que decepcionante, logo o Paulo! – Acrescentou frondosamente.  Obviamente, não se podia esperar uma opinião distinta da Neli, quem namorava um barão com o triplo da sua idade, quem sempre cinzelava no seu apartamento dia-após-dia presentes novos e valiosos do seu bofe, quem chamava o namorado de Ford Ranger por razões notáveis.  Era assim que se vivia naquela casa chamada "Self", ninguém queria ficar para atrás, os namorados já não eram chamados pelos próprios nomes, mas sim, por aquilo que faziam, por aquilo que davam ou

UMA CASA CHAMADA SELF

Imagem
Capítulo I  "A Festa de Boas-vindas" Alguns apelidavam aquele tempo como "tempo de guerra", tempo que o amor não existia mais, e o que falava eram os papéis dourados que vinham timbrados com números gigantescos e com rostos dos heróis mortos. Nada mais se falava, além do passado de cada estudante naquela casa de cor verde e branca apagada.  Quem quisesse namorar uma rapariga daquela casa tinha de ter esses papéis dourados, poucas vezes elas importavam-se com a beleza, a inteligência, o carácter, a simpatia, a generosidade e os planos reais que eles tinham com elas. Para elas, os papéis dourados já eram bastantes. Era uma espécie de sobrevivência em que só sobreviviam aquelas raparigas que tipicamente eram mais fortes (espertas).  As regras eram rígidas e bem claras, ninguém devia namorar rapazes (homens) pobres, quem quisesse suportaria com as sequelas. A transmissão dos pertences baseava-se num princípio lógico, embora excitador a caminho